CRÍTICA – ‘Os Rejeitados’: nasce um novo clássico natalino!
Nasce um novo clássico natalino! Novo filme de Alexander Payne, diretor Sideways – Entre Umas e Outras e Pequena Grande Vida, Os Rejeitados (2023) acompanha a desventura de um professor mal-humorado, interpretado por Paul Giamatti, forçado a permanecer no campus da escola para cuidar do grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal. Ele acaba criando um vínculo improvável com um deles, o encrenqueiro magoado e muito inteligente (o estreante Dominic Sessa), e com a cozinheira-chefe da escola, que perdeu um filho no Vietnã (Da’Vine Joy Randolph).
No Brasil, em seu primeiro final de semana –estreou dia 11 de janeiro – o filme foi um dos mais vistos, levando cerca de 20 mil pessoas às salas de cinema, com mais de $ 500 mil arrecadados. O longa, que já havia conquistado dois Globos de Ouro (Atriz Coadjuvante e Melhor Ator em Filme de Comédia) levou neste domingo (14) três categorias no Critics Choice Awards, nos Estados Unidos: Melhor Ator para Paul Giamatti, Melhor Atriz Coadjuvante para Da’Vine Joy Randolph, enquanto o estreante Dominic Sessa se consagrou na categoria Melhor Ator/Atriz Jovem.
Os Rejeitados pode começar com uma premissa um tanto clichê, mas rapidamente se destaca ao apresentar o desenvolvimento natural das histórias de seus três protagonistas. A narrativa habilmente se desdobra, mergulhando nas vidas dos personagens rejeitados de uma maneira autêntica e envolvente.
O humor do filme atinge altos níveis, em grande parte devido à brilhante atuação de Paul Giamatti. Sua interpretação do professor é nada menos que notável, lembrando de maneira cativante alguns professores que todos nós já tivemos. O que realmente se destaca é como o humor do filme é integrado organicamente à personalidade do personagem, especialmente através dos elementos da matéria que ele leciona. Nada parece forçado; ao contrário, a comédia surge de forma genuína e sutil.
Elogiado por sua performance como Professor Paul Hunham, para Paul Giamatti o personagem é uma revisita ao passado, já que sua família era formada por professores: “Fui para uma escola preparatória como a do filme. Meu pai e minha mãe eram professores, bem como meus avós. Todos na minha família são professores ou acadêmicos, então é um ambiente que eu conheço e no qual me movimento bem. Li também alguns dos textos citados pelo personagem no roteiro. Pensei muito no meu passado e nas pessoas que conheci, muito da minha preparação foi baseada nisso. Meu personagem é um cara tenso, mas tem senso de humor, embora seja às custas de outras pessoas na maior parte do tempo. Acho ele engraçado”, comentou o ator.
A dinâmica entre os personagens é outro ponto forte. Já que é construída de maneira eficaz, resultando em momentos autênticos e emotivos. A química do elenco é palpável, contribuindo significativamente para a imersão na história. Além dos elementos mencionados, é digno de nota que fazia tempo que não experimentava risadas tão genuínas no cinema. A capacidade do filme de provocar gargalhadas não apenas em mim, mas em todo o público ao meu redor, atesta seu sucesso em cumprir seu objetivo principal: proporcionar uma experiência divertida e memorável.
Dando uma olhada na avaliação final, é fácil atribuir cinco estrelas a Os Rejeitados, porém, algumas soluções de roteiro, principalmente no início, na situação que faz com que os três “rejeitados” enfim fiquem sozinhos na escola, me incomodaram durante todo o filme, visto que em um primeiro momento a solução realizada era completamente impossível de se acontecer.
Apesar disso, prevê-se que Os Rejeitados se torne um clássico natalino, voltando anualmente ao topo dos rankings dos mais avaliados e assistidos nos streamings e plataformas como Letterboxd e TV Time, durante a época festiva. É um daqueles filmes que, como os melhores presentes de Natal, continuam a surpreender e alegrar a cada revisita.
Veja o trailer clicando aqui ou abaixo:
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Fiquei com vontade de assistir, muito bom!