CRÍTICA – Garra de Ferro: Brucutus também choram!
Garra de Ferro (Iron Claw) emerge como uma obra cinematográfica que cumpre suas promessas, destacando-se como um dos mais subestimados desta temporada de premiações. O elenco principal brilha, especialmente o pai (Holt McCallany), que também desempenha o papel de treinador de seus filhos, Kevin (Zac Efron), Kerry (Jeremy Allen White), David (Harris Dickinson) e Mike (Stanley Simons), que também brilham em tela com simpatia. A dinâmica entre eles, pai e seus filhos, é impressionante, revelando uma tensão palpável que oscila entre respeito e medo, adicionando camadas emocionais ricas à narrativa.
Apesar de sua extensão, o filme mantém um ritmo envolvente. O primeiro ato é dedicado à apresentação meticulosa de cada personagem, estabelecendo um vínculo emocional sólido entre o público e os protagonistas. Esta base cuidadosamente construída prepara o terreno para os eventos subsequentes. A transição entre momentos de seriedade e leveza é equilibrada, proporcionando uma experiência cinematográfica cativante e multifacetada.
A cinematografia é deslumbrante, capturando a essência visual da narrativa de forma excepcional. Os figurinos e a representação física dos personagens são igualmente impressionantes, contribuindo para a autenticidade da história. No entanto, a direção de Sean Durkin pode ser criticada por sua abordagem narrativa.
Em alguns pontos, o filme parece acelerar, resumindo eventos cruciais em poucas frases e deixando outros momentos apenas subentendidos. Isso pode representar um desafio para o público não familiarizado com a história dos Von Erich. No entanto, essa abordagem pode ter sido deliberada, especialmente em cenas envolvendo tragédias, evitando a exposição excessiva de elementos desnecessários. A decisão de Durkin de cortar um dos irmãos do filme pode ter contribuído para essa intenção de não sobrecarregar o público com tristeza.
Em última análise, Garra de Ferro é um filme com um final digno, honesto e emocionante, que humaniza um grupo frequentemente estereotipado. Sua capacidade de envolver o espectador emocionalmente, combinada com sua execução técnica impressionante, solidifica seu lugar como uma obra cinematográfica notável e impactante. Os brucutus também choram!
Veja o trailer abaixo ou clique aqui:
Leia também: